sexta-feira, 23 de março de 2012

Como é que se defende o social?



Vivemos hoje duras realidades mas ao mesmo tempo nunca como agora a informação que permite estudar, questionar, comparar, refletir, esteve tão acessível.
As já tradicionais rádio e televisão, com espaços de debate pertinentes e o sempre apetecível jornal, a que praticamente todos temos acesso, mas ainda e cada vez mais a (in)dispensável? internet- pese limitações de acesso para ainda muita gente - com inesgotáveis fontes, bem como as redes sociais que aquela permite existirem, dão-nos a matéria prima necessária para olharmos o mundo pelo nosso prisma e não pelo prisma dos outros. Pode paracer paradoxal, mas, de todo, não é, se e quando tivermos espírito crítico e nos disposermos a refletir sobre as realidades que nos são dadas, mesmo que distorcidas - há sempre lugar ao contraditório na cabeça de cad um, não?
Vem isto a propósito de não compreender como é possível ainda haver quem hoje pense que é com uma greve geral (depois de todos os fracassos conquistados pela CGTP, principalmente)  luta inconsequente, que se defende o social. Com todo o espalhafato que a esquerda tem feito ao longo dos últimos anos - cada vez mais silencioso do ponto de vista de conteúdo, diga-se - a questão que se coloca é: como chegámos então aqui? O que é que andaram a fazer? Como é que se arvoram nos defensores do social e o social está a definhar? Deixo a resposta para cada um de vós.
Outra questão que também vem a propósito, sendo aliás mais uma dúvida, é saber o que vai na cabeça daqueles que ainda não perceberam ao ponto de ruptura económico/financeira a que chegámos, altos déficites de justiça, falta de educação (não no sentido de conhecimento ciêntifico pois aqui até nem estamos a caminhar mal), falta de sentido de responsabilidade e falta de consequência em face de crimes cometidos. Tudo o que atrás referi tolda a liberdade e a democracia, trava o desenvolvimento económico e a iniciativa - Trava a robustez do social, afinal.
O que vai na cabeça dos que olham para o que se passa como se não vivêssemos tempos de absoluta perda? Não perceberam ainda o que nos troxe até aqui? Abaixo o Governo! Isto é tudo igual! Estão a levar.nos para a miséria! São frases que se vão ouvindo. Então, mais uma vez, srs, vão contribuir para incobrir os verdadeiros culpados da miséria que se tornou a vossa vida? Vão contribuir para branquear a incompetência e o crime?
O que todos hoje podemos fazer é lutar com determinação para passar este cabo de tormentas, aproveitarmos para nos pormos cada vez mais alerta, exigir que um novo paradigma faça parte da nossa realidade. Não temos como dar a volta aos ajustes orçamentais, não temos como nos governar a não ser com a ajuda de terceiros.
Quando nos libertarmos destas amarras, que nos vamos libertar, estejamos nessa altura mais atentos ainda do que hoje já estamos, por forma a não deixar nunca mais que nos roubem descaradamente como recentemente aconteceu.

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