segunda-feira, 30 de abril de 2012

Utopias do 1.º de Maio




Um dos problemas que eu identifico na sociedade portuguesa é a da resistência à mudança, o que traduz uma das vertentes da nostalgia.
Somos um povo nostálgico, diz o fado.
Tenho outra visão.
Penso que o que nos faz ficar agarrados ao passado é a incerteza do futuro, a falta de confiança em que podemos ser melhores, a falta de objetivos concretizáveis em desafio e a falta de motivação para os alcançar.
A sociedade portuguesa tem que agarrar um novo paradigma. Tenho falado disto muitas vezes perguntando-me a mim mesmo o que é isso de novo paradigma.
Novo paradigma, tentarei responder ainda a mim mesmo, será uma nova forma de vermos o mundo que nos rodeia, de nos consciencializarmos dessa realidade e conseguirmos fazer dessa introspeção um crescimento interior que nos torne mais humanos, mais justos, mais sérios. Tudo o mais vem por arrasto.
O Eu que conseguir seguir essa diretriz tornando-se um ser humano mais social, mais disponível, mais participativo contribuirá decisivamente para a mudança.
O que é que isto tem a ver com o 1.º de Maio? Tudo.
O dia do trabalhador é, infelizmente para quem não trabalha, na atual realidade social, uma comemoração frustrante, discriminatória e humilhante.
O trabalhador, em face da falta de trabalho para muitos, comemora não trabalhando.
Aqui está uma mudança de paradigma a que me refiro. O que temos que defender, hoje, não são os direitos dos trabalhadores mas os direitos de quem não tem trabalho, querendo trabalhar. 
O que devemos e queremos comemorar, não é o passado, mas um futuro melhor.
Deixemo-nos de andar colados aos nostalgismos históricos, não renegando a história, naturalmente, mas com a vista posta no infinito horizonte que tudo nos poderá trazer.
Somos garndes se assim o pensarmos e assim o fizermos, pois o poder é exercido por cada um de nós.
Que ideia maior de socialismo pode haver?

 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Agarrar o touro pelos cornos


O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, deu hoje Portugal como exemplo de um país que tem "agarrado o touro pelos cornos".
Sabemos o que valem as bonitas frases de líderes que estão do lado dos interesses económicos e que são coniventes com o assalto que está a ser efetuado ao país em dificuldades. Mas enfim, são sempre ideias importantes para quem está onde nós estamos.
Sabemos que Portugal necessita de maior flexibilidade, mais tempo e menores custos de financiamento para poder sair desta crise. Estamos a fazer o que é preciso para que seja possível.
Sabemos ainda que estamos nesta situação por culpa própria.
Sabemos por antepenúltimo que só agarrando o touro pelos cornos, convictamente e com otimismo, vencemos a batalha.
Sabemos por penúltimo, que o caminho é longo, duro e contra todos os gritos só tem um rumo.
Sabemos por fim que só o crescimento económico nos tirará do inferno.
Não sabemos no entanto, ainda, é se o poder político terá a capacidade de proceder às reformas estruturais necessárias que permitam olhar o futuro com a convicção de que não mais seremos roubados. Roubados somos sempre, não vivemos em Marte, mas roubados apenas minima e aceitávelmente.
E que reformas estruturais, para além das orçamentais, são essas? Eis a questão que nunca é devidamente colocada, logo nunca respondida.
Para mim são: Justiça, Justiça e Justiça.
Não apenas a Justiça que prende o sem- abrigo e solta os “Isaltinos”. Mas também a Justiça que não criminaliza o enriquecimento ilícito, que não criminaliza os subscritores de contratos propositadamente lesa-pátria assinados por políticos bem identificados, que não criminaliza a gestão danosa do bem público pese o Tribunal de Contas a detetar e divulgar.
Não sabemos por último se o Estado (central e local) terá a capacidade de colocar os seus funcionários a produzir para o que são pagos (servir o bem público e a população).
O touro é grande e tem cornos afiados.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Estás a ver?

O que é que se comemora no 25 de Abril?


Lá com Cá. Que revolução esperamos?


As comemorações do 25 de Abril ou a recordação de um PREC que não termina?

 

A revolução de Abril foi grandiosa, competente, uma janela de esperança que se abriu. Vivas aos capitães de Abril, ao povo português e à Republica.
Dizem hoje muitos, os velhos do restelo, apelido eu, que vivemos um momento que deverá ser de rutura, da instalação de uma nova revolução, que perdemos a liberdade e estamos a ser assaltados e violentados nos nossos direitos.
Estão certos. Não sabem no entanto o que dizem.
Não sabem o que dizem porque enquadram mal. Não sabem que já estamos num processo de rutura, que vivemos um momento de revolução e que só um processo de reestruturação da sociedade virado para o futuro nos poderá devolver a liberdade e a capacidade de honrarmos compromissos, enfim, de escolhermos. Não sabem que o 25 de Novembro afinal nunca aconteceu, pois o país foi assaltado por muitos daqueles que agora se queixam e o assalto ocorreu na sala magna da liberdade, a Assembleia da Republica.
Manter viva a chama do 25 de Abril, para além do que deverá ser um momento de reflexão, pretendendo manter vivas apenas algumas figuras que não sabem ultrapassar a síndrome da batalha, é humilhante para quem hoje está a pagar a fatura.
Não queremos mais comemorar o 25 de Abril pois só um qualquer dia da responsabilidade social nos serve.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O esterco como referencial ou a candura da ignorância


Tenho aqui falado de vários mentirosos.
Existe uma classe de mentirosos, que hoje reflito e que tem enorme culpa na mentira em que todos vivemos e que raras vezes ou nunca é chamada à pedra: Os jornalistas.
Há que ilibar os jornalistas de “campo”, aqueles que cumprem ordens e só fazem o que lhes é pedido ou só publicam aquilo que os deixam publicar. São inocentes!
Há que ressalvar as fronteiras dos editores que só editam aquilo que os deixam editar e publicar. São inocentes!
E os outros? Jornalistas que publicam o que querem, editores que editam o que querem? São naturalmente coniventes, logo culpados, ou no limite, ignorantes!
Tomemos como exemplo a seguinte notícia do Público hoje encabeçada assim:
“Medidas da Troika explicam a subida recente do desemprego português”.
Como é fácil! Num país de gente humilde (na boa aceção da palavra), honrada, trabalhadora, iludida, nada mais eficiente do que uma frase simples para branquear a verdade e avançar em frente para a notícia seguinte. A “gorda” é que prevalece e com as preocupações que temos pouco mais queremos ler. Fica a “gorda” como referencial.
O que explica o desemprego, meus amigos, não é a Troika, é a roubalheira, a incompetência e a injustiça de décadas. A Hora da verdade chegou, não nos queiram continuar a atirar poeira para os olhos. A Troika é a consequência, não a origem.
Há dias chamei esterco a um determinado tipo de pessoas, que tendo poder, tendo liberdade, tendo capacidade de escolha, preferem juntar-se aos “playboys” do que ao seu povo. Serão esquecidos rapidamente. São ignorantes.
Aos senhores que mandam nos jornalistas e seus editores, pede-se hoje responsabilidade. Têm a responsabilidade de fazerem a revolução das ideias. São esterco se o não fizerem.
Sem medo. O Otelo não sabe ler.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Quem são os culpados?

De acordo com Mário Draghi o modelo social europeu está morto. Mário Draghi apenas quis, ao dizer isto, “ajudar” os governos dos países em crise e reforçar que devem continuar as reformas estruturais. Fez o seu “pequeno” papel.
E blá, blá, blá, nada mais disse que tivesse sumo.
Sou defensor convicto que os ajustes que Portugal tem que fazer são incontornáveis. O futuro tem que passar forçosamente por só se gastar o que se tem e o que se pede emprestado deverá obedecer a critérios de prévia análise da capacidade de libertar meios que permitam honrar compromissos, para cada investimento específico, para cada fim específico.
Tem ainda que passar por pagar uma brutal dívida. Vamos todos pagá-la.
O que Mário Draghi não diz, assim como não diz ninguém na Europa, é que não é apenas o modelo social que está morto. O que verdadeiramente está morto é a vergonha. Não há vergonha na cara de muitos, muitíssimos até, dirigentes políticos, de alguns (se não muitos, importantes em dimensão) empresários sem escrúpulos.
Não há ainda e mais uma vez, na minha forma de ver as coisas, vergonha da classe judicial. Não dos funcionários judiciais, não de muitos advogados e juízes que sabem fazer o seu trabalho, mas das elites deste importante grupo “independente”.
Pode afirmar-se que a culpa primeira é dos políticos pois são estes que no parlamento fazem as leis. Mas não basta esta desculpa.
O poder judicial tem, se quiser ter vergonha na cara, a independência e a força necessárias, para além do conhecimento, para desempenharem um papel de mudança sem a qual não haverá nunca mais uma sociedade em que o social seja uma matriz primeira. Nada têm feito pela sua sociedade. São arrogantes e em última análise, tão criminosos como os criminosos que defendem e que não punem. O povo foi descaradamente roubado e nada fizeram.
Os sucessivos Presidentes da República (exceção a Ramalho Eanes) são uns bobos da corte das bananas e coniventes com o saque efetuado.
Os valores estão doentes.
Mas e ainda, quem mais tem defendido o social sem que verdadeiramente o defenda? A esquerda toda.
O PS está, como o atual modelo social, morto. Foi assassinado por sucessivos elementos que a todos enganaram. Foram a grande mentira pois os que mais defenderam o social mais mal lhe fizeram.
O PC já não existe pois está caduco e o BE morreu antes de chegar à juventude.
O social deverá continuar a ser uma matriz primeira.
Hoje sou apoiante do que este governo está a fazer, erros à parte que todos os cometem e até prova em contrário acredito sinceramente que atuam em verdadeira defesa do nosso futuro e do país.
Defender o social faz-se com rigor orçamental, com justiça célere e para todos, com responsabilização e educação.
Está tudo por fazer.
Estou como os Angolanos há uns anos atrás que questionados sobre o facto de serem absolutamente pobres e em guerra permanente tinham a grande capacidade de sorrirem com frequência. Responderam que tinham descido tão baixo que o único caminho era o da subida.
Estamos quase como eles, mas sem a capacidade de sorrir.
Temos que mudar isto. Consequências exigem-se.

 

Custos de Contexto - Moralização precisa-se!

Enquanto houve Vidro Azul, em Outros Links... (abra em nova janela)

Principais custos de contexto em Portugal, de acordo com empresários sedeados no nosso país, 2008:

(Grande parte dos custos de contexto são comuns a inúmeras décadas para não dizer séculos da nossa existência enquanto sociedade e povo independente)

É evidente que o peso do estado (travão ao desenvolvimento e iniciativa), quer central quer local tem que acabar.
Nos "poderes" locais são apontados os licenciamentos e autorizações camarárias. É fonte de poder e de corrupção como todos sabemos. Ainda querem mais poder local? Descentralização? Regionalização? Sem moralizar? Nem pensar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Nos "poderes" centrais, com forte responsabilidade do nosso parlamento, seguem os custos fiscais, quer diretos quer indiretos, que sufocam a população e pelos motivos apontados pelo deputado europeu que aqui podem rever: http://sorisomail.com/partilha/238743.html , como tambem a instabilidade legislativa e direi eu a confusão legislativa.
Comum aos dois "poderes" anteriores, os criminosos prazos de pagamentos e a burocracia em geral.
Depois temos alguns custos de contexto que aqui não são referidos mas que são para mim essenciais e extensíveis, para além de aos poderes locais e centrais, a toda a população que enfiar o barrete e que prende-se com a falta de educação, falta de sentido de responsabilidade e sacrifício (faz parte da vida, sabem?), ausência de escolhas pelo mérito.
Apontam-se ainda alguns outros que são de menor importância e outros resolvidos e por fim o maior de todos os custos de contexto: 
A Justiça.
Nesta matéria, os poderes instalados são tantos e a tantos serve uma justiça injusta, que nem sei o que dizer.
É certo que no parlamento começa e acaba este drama pois é ali que se legisla. Mas o problema é mais profundo pois quem decide, quem juíza, é por definição "irresponsável" e nunca é responsabilizado.
Claro que é "irresponsável". Por um lado, não pode ser responsabilizado quando decide, juíza, de acordo com a lei. Por outro, é irresponsável, porque a lei se tem pontos de fuga, porque é que a fuga é sempre para benefício do infrator? É aquele que tem poder, eu sei, mas não pode ser irresponsabilizado perante o povo de bom senso, responsável e honrado.
Numa sociedade justa, os crimes que se cometeram e continuam a cometer não passariam impunes, não estaríamos com 15% de desemprego, a Troika não fazia parte da nossa existência.
O que mais me incomoda é saber que grande parte dos criminosos (de colarinho branco, pois os outros são ignoráveis para esta matéria) nem sabe gozar a vida. São uns tristes, que para engatar uma míuda têm que abrir os cordões à bolsa, são encornados sem saberem, têm não sei quantos barcos e nem sabem navegar, não sabem o verdadeiro sentido da vida. São esterco.
Para acabar: a educação começa em casa, outro custo que pode ser de contexto.


domingo, 1 de abril de 2012

Nils Petter Molvaer - Khmer - 1 / 7

Porque "outras músicas" também faz parte do lema.


O dia das mentiras já não existe - (In)Justiças

O dia das mentiras já não existe.
O dia das mentiras são todos os dias.

http://inseguranca.no.sapo.pt/livro_aberto3.html

A esquerda está equivocada porque é conivente. É conivente porque está instalada. Como todos os outros. A esquerda é uma outra mentira.

A sociedade só será livre quando houver justiça.




Terá poder a palavra de quem?